quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Da greve


Esta desgraça vai continuar enquanto as pessoas não perceberem que estamos perante uma mudança de mentalidade (aqui). Nunca tive um único subsídio de desemprego e nem sequer subsídio de maternidade e talvez se menos os tivessem, mais seriam os que perceberiam que se não fizerem por eles, ninguém faz. Não digo que o estado de sítio seja culpa nossa, nem concordo por ex.: com a redução dos salários imposta, mas enquanto não se pretender perceber que o Estado não é pai de ninguém, este país não vai andar para a frente.

Esta semana falavam-me da mentalidade empreendedora em Silicon Valley; não quero dizer que devíamos estar todos a abrir negócios, mas sim que não nos podemos encostar a esses outros pais imaginários que são as empresas - que nos devem tudo e a quem não devemos nada. Estas noções deviam ser ensinadas na escola, nas aulas de história, para que as novas gerações não cresçam com as actuais referências de que os trabalhos são empregos. Trabalho esse que se consubstancia apenas numas quantas horas diárias num determinado local, com um espírito conformado e receio de expôr e revelar uma atitude diferente daquela que está generalizada.

Não digo que não haja quem não precise, mas tenho vindo a mudar as minhas convicções sobre a forma como o Estado deve intervir na economia e que se deve restringir àquilo que é nevrálgico, sob pena de vivermos no conforto do garantido e de termos pouco espírito de evolução.

ps - pelo menos noutros tempos, as causas de protesto eram mais dignas.
ps 1 - sou declaradamente uma fura greves - já no ano em que nos impuseram as provas de aferição, fui das poucas que fui fazer o raio do exame.
ps -confesso-me pecadora, mas pelo menos reconheço os meus pecados.

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